Eis o portão que nos dá a estrada
Ao breve caminho da cruz
E o que ela te faz lembrar
Será que te recorda luz ?
Em um tempo antigo,
Viviam escravos e alguns senhores feudais
Em um longo percurso eles caminhavam
Crucificava-os ! E o enterravam,
Eis a paz !
Mas antes do sossego...
Havia o sofrimento!
Uma luta por vida,
Tamanho era o tormento !
Eram muito humilhados
Será que ainda são?
Estão mesmo escravizados,
Ainda negam-lhe o pão?
Ai tantas crueldades eram vistas, (Eram? )
Tantas injustiças aconteciam,
Será mesmo no passado
Que tais verbos devem ser conjugados?
Então na estrada eu paro para observar...
Nem mesmo a história do negro vão deixar ?
Até seus caminhos trilhados querem sepultar ?
Deixá-los esquecidos para ninguém mais recordar ?
Óh povo meu ! Clame por justiça,
Como pode uma história simplesmente não ser dita !
Afundá-las na amargura, afundá-las no esquecimento,
Será que mesmo sepultados, não existe ali tormento !
Vendo suas vidas esquecidas,
Vendo sua história posta de lado,
Como podem viver bem,
Se tamanho é o pecado?
Olhe em volta ainda é possível ver,
o pouco que ali sobrou...
Algumas vidas, alguns sonhos,
Que a história não apagou !
É possível resgatar não somente o que é terrível,
Não a história do sofrido,
Mas de um povo vencedor,
que sofreu, mas que lutou !
E mesmo que aqui,
Hoje enterrados !
Nas suas veias hoje correm,
A justiça do pecado!
Viva o negro trabalhador,
Viva o negro eloquente,
Que sempre busca o que é necessário
Para que as pessoas virem gente !
Gabriele Lacerda