um pouco,




Aqui verá um pouco...

Um pouco do que sou, um pouco do que fui, um pouco do que tento ser, um pouco do que talvez um dia serei,
um pouco de revolta, um pouco de grito, um pouco de solidão, um pouco de sonhos,um pouco de paz, um pouco de medo, um pouco de ódio, um pouco de alegria, um pouco de coragem, um pouco de fé, um pouco de amor, um pouco de verdade, um pouco de vida,
um pouco de mim !



Gabriele Lacerda

quinta-feira, 19 de julho de 2012

assim que vejo,



Poesia é VIDA!

Eu leio os outros, eu escrevo os outros,

eu escrevo a mim e me leio,

a cada verso a cada instante

pelo mundo eu dou um passeio.



Caio, levanto, rio choro,

troco palavras e amarguras

perto tão longe, longe tão perto,

na independência ou ditadura.



O mundo é o mesmo, e sempre será

o que muda são as pessoas

uns se rebelam, outros se oprimem

acham que a vida é triste, acham que a vida é boa



Mas o que na verdade eu admiro,

é a pureza das belas crianças,

muitos nem brincam, outros só trabalham

Vendem o almoço pra pagar a janta,



E os poderosos que tanto me indignam

A cada dia querem mais dinheiro,

Não pensam no próximo, não pensam nos filhos,

O que eles almejam é ganhar o mundo inteiro.



Então eu paro, e olho para o sistema,

E o que observo é que tudo é um círculo,

Tantos corruptos, tantos mentirosos

E eu e você elegemos isto.



Aí eu me lembro, e o anarquismo?

Nada de governo, nenhuma hierarquia!

Vamos fazer o que queremos, com ordem e decência

Será que seria mais fácil a nossa convivência?



Às vezes fecho os olhos, deitada em minha cama...

Será que o mundo é mundo ? Será que o mundo é humano ?

Há tantas inverdades, tanta miséria sem rumo

São tantas as minhas dúvidas, imensos os meus dramas...



Me sinto tão sozinha, querendo ver mudança,

Vou lutando e tentando mudar tantos pensamentos maus,

E a cada luta me gera mais incerteza,

Mais insegurança e mais medo do final.



Gabriele Lacerda


 

terça-feira, 17 de julho de 2012

um homem qualquer,


Desfrutando de uma bela leitura
Em um transporte coletivo
Deparo-me com um homem, em alto tom
Fazendo um firme uso de sua voz
Para vender sua mercadoria
O homem gritava estorneamente
Que eu via de sua boca uma chuva de babas
Ele cheirava a sujeira
Um senhor do meu lado dormia...
Mas a altitude da voz daquele homem o acorda em grande susto,
O senhor delicadamente se ajeita e disfarça olhando para fora
O homem de mau cheiro continua transitando pelo transporte coletivo,
Eis que percebe momentaneamente que tudo está sendo em vão,
Nenhuma pessoa parece se importar,
Então ele puxa a cigarra e desce.. cabisbaixo 
O senhor, olha para mim com um olhar de pena e ao mesmo tempo de revolta,
E eu apenas o retribuo com um sorriso,
Percebo que está se aproximando da minha descida e me levanto,
O senhor diz vá com Deus minha filha,
E eu retribuo com outro sorriso.
Fico eu, a pensar no homem, será que ele não percebeu que estava incomodando as pessoas gritando? Quem sabe ele fosse surdo e não percebeu seu tom de voz ?
Sinto então muito pena, me lembrando daquele odor horrível em que ele se encontrava,
Fecho os meus olhos e converso com Deus.

Gabriele Lacerda